A exposição “Rotas Impermanentes”, de Marta Monteiro, é mais do que uma simples mostra de arte — é um convite para refletir sobre o consumo, o tempo e os caminhos que trilhamos. Dividida em três pontos principais, a exposição transforma materiais cotidianos em poesia visual e propõe um olhar renovado sobre a contemporaneidade. Vamos explorar os principais atos desta jornada:
A série “Tramas” aborda de forma contundente o impacto do consumismo exacerbado. Utilizando materiais descartáveis como embalagens de medicamentos, caixas de colágeno e cápsulas de café, Marta Monteiro transforma o efêmero em obras de arte significativas. Essas peças não apenas denunciam os excessos da sociedade contemporânea, mas também nos convidam a repensar nossa relação com o descartável e a sustentabilidade. Cada material carrega uma história, criando mapas visuais que nos levam a um mundo desconhecido, onde o ordinário ganha relevância.
A segunda dimensão da exposição revela um diálogo único entre arte e poesia. Em parceria com o poeta Lucas Calente, Marta Monteiro explora uma nova percepção do tempo. Os poemas de Calente, muitas vezes ilegíveis ou efêmeros, convidam os visitantes a habitar as incertezas e a refletir sobre a transitoriedade das informações e das memórias. Elementos como notas fiscais que se apagam e textos escritos em fitas azuis nas paredes reforçam a efemeridade do mundo contemporâneo, criando um espaço para introspecção e descoberta.
Iniciada durante a pandemia, “A Rota do Chá” é uma das peças centrais da exposição. Neste trabalho, Marta Monteiro explora a ritualidade do consumo de chá como um ponto de conexão entre memórias, geografias e materiais. A obra traz à tona cartografias simbólicas e registros temporais que nos convidam a repensar os caminhos percorridos e os significados que atribuímos às rotinas diárias. Com riqueza de detalhes e uma narrativa visual envolvente, “A Rota do Chá” é um exemplo poderoso da capacidade da arte de transformar experiências pessoais em reflexões universais.
Ao reunir sustentabilidade, poesia e memórias em três atos distintos, “Rotas Impermanentes” oferece uma experiência que se renova a cada visita. A exposição convida os espectadores a encontrar algo novo em cada revisita, criando um loop infinito de apreciação e reflexões sobre o cotidiano.
Seja para admirar a transformação de materiais descartáveis em arte, explorar novas linhas de tempo através da poesia ou refletir sobre os caminhos simbólicos da “Rota do Chá”, a exposição de Marta Monteiro é uma experiência imperdível para quem busca uma compreensão mais profunda do mundo que nos cerca.
Exposição: Rotas Impermanentes – Marta Monteiro
Curadoria: Flavia Dalla Bernardina
Local: Cidade das Artes, Galeria A
Data: 16 de janeiro a 23 de fevereiro de 2025
Horários:
Quinta e sexta: 14h às 20h
Sábado e domingo: 13h às 19h
Entrada: Gratuita
Endereço: Av. das Américas, 5300 - Barra da Tijuca, Rio de Janeiro - RJ
Fotografia: Alexandre Macieira
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